quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Televisão: uma hidra

Não houve apenas uma pessoa, mas várias cabeças pensantes e invenções de cada uma delas que levaram a nascer aquela tela quadrada ou retangular que temos em nossas casas hoje em dia. Tela esta que só chegou ao Brasil em 1950 graças a Francisco de Assis Chateubriand Bandeira de Melo.
Diferente do xará que leva o termo de “santo”, o Francisco de Assis da televisão não falava com os animais a não ser aqueles a quem chamamos de políticos. Dono de meio país da comunicação, com rádios e jornais, foi o primeiro a colocar no país o meio de comunicação mais popular dos dias atuais: a TV. Isso foi em 1950 e, de lá para cá, muita coisa mudou. O cubo enorme que obrigava uma estante a ficar mais afastada da parede foi diminuindo até poder ficar presa a essa mesma parede, sem a necessidade da estante.
Com tantas evoluções tecnológicas, a concessão de sinais para transmissão das TVs não acompanhou tal evolução. Vive rodeada de interesses políticos e, quanto maior a influencia junto ao governo, maior a facilidade para abrir o canal, vide a liberação sem tantas exigências para a criação da Rede Globo. Tudo para fazer da empresa de Roberto Marinho, uma grande concorrente para a de Chateubriand. O motivo seria uma inimizade nutrida pelo então Ministro da Comunicação com Chateu, se assim pudermos apelidar o empresário responsável pela introdução da TV no país.
Hoje a televisão funciona quase como uma hidra. Quando se corta uma cabeça (canal) nasce outra, quando não se criam duas no lugar. Basta apenas ter as amizades certas e a quantidade de dinheiro exata para isso. Diferente do monstro mitológico grego, o monstro real brasileiro não traz apenas destruição. Como quando iniciou as transmissões ao vivo, com o lançamento da Apolo IX, em março de 1969, hoje se pode ver quase tudo que acontece no mundo no mesmo instante, um feito histórico e, sem dúvida, útil para manter a população bem informada. Basta para isso ser um assunto de relevância para jornalistas e, muito acima deles, os proprietários das emissoras. Resta saber qual será o Hércules a nos livrar das cabeças ruins desta hidra tupiniquim.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Momento Cyrano

Sei que não devo dizer tais palavras
De forma direta e sem preparo, pois podem acabar por ferir a ambos
Mas preciso do seu olhar, seus lábios, sua atenção e seu carinho
Nada é tão forte dentro de mim

Preciso de alguém para amar intensamente
Dirigir os meus sentimentos sem barreiras
Não posso fazer isso a quem já fiz antes e me apunhalou
Prefiro fazê-lo a quem merece: você.

Um vazio toma conta de mim e ao mesmo tempo me preenche
Destinar todos meus sentimentos a alguém distante e impossível de amar
Um alguém distante física e psiquicamente
Não há proximidade de forma alguma
Já houve sim, confesso, mas não mais

Agora tudo que posso fazer é pedir permissão para remeter a ti meus amores
Meus sentimentos
Meus pensamentos de carícias e desejos de afago
Tudo para não destiná-los a quem não merece
Mas mereço tal graça? Usar a ti para derramar anseios?
Se me permitires, apenas uma vez mais, pela eternidade